Quarta-feira, 06 de novembro de 2013 - 14:10
Os
360 professores de física selecionados para o primeiro programa de
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (Mnpef) terão a
oportunidade de conhecer, aprender e praticar novas formas de ensinar e
de motivar os estudantes a gostar da disciplina. É isso que diz a
professora Eliane Veit, do Departamento de Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela integra a equipe que coordena o
programa.
Para Eliane, os professores que trabalham na educação básica precisam
abandonar as aulas tradicionais de física, assentadas em fórmulas
detestadas pelos estudantes. Ela diz ser necessário inovar e mostrar aos
estudantes o que fazer com os conhecimentos, como essas informações
podem ajudá-los a refletir, a selecionar, a pesquisar.
A capacitação dos professores abrange o domínio de conteúdos de
física e de técnicas atuais de ensino para aplicação em sala de aula.
Entre essas técnicas estão recursos de mídia eletrônica e meios
tecnológicos para motivação, informação, experimentação e demonstração
de diferentes fenômenos físicos. É a isso que se propõe o mestrado, sob a
coordenação da Sociedade Brasileira de Física (SBF). As aulas começaram
na segunda metade de agosto, em 21 polos de instituições federais e
estaduais públicas de educação superior vinculadas à Universidade Aberta
do Brasil (UAB). Participaram da seleção 933 educadores.
Entre as instituições que receberam maior número de inscrições estão o
câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), com 89
candidatos para 30 vagas; o câmpus de Mossoró da Universidade Federal
Rural do Semiárido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, com 77 inscritos
para 15 vagas, e o câmpus de Ji-Paraná da Universidade Federal de
Rondônia (Unir), com 76 inscritos para 15 vagas.
De acordo com Eliane, além do interesse dos professores de física
pelo mestrado, 74 instituições públicas de educação superior
apresentaram candidatura para a oferta do curso. A Sociedade Brasileira
de Física selecionou 21 polos universitários com reconhecidos programas
de pós-graduação na área. Das 360 professores selecionados, 280 estão
distribuídos em cidades do interior e 80 em quatro capitais — Brasília,
Manaus, Natal e Vitória. As cinco regiões do país foram contempladas. O
Sudeste ficou com 125 vagas; Nordeste, 105; Centro-Oeste, 55; Sul, 40, e
Norte, 35.
O mestrado profissional em física é um curso semipresencial,
gratuito, com duração de dois anos. Os educadores em efetivo exercício
profissional em rede pública da educação básica podem pedir bolsa de
estudos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) do Ministério da Educação. O valor da bolsa é de R$ 1,5 mil
mensais.
Letras — Os 854 educadores selecionados para a
primeira edição do Programa de Mestrado Profissional em Letras
(Profletras) começaram as aulas em 19 de agosto. Eles estudam em 39
polos de 34 instituições públicas de educação superior. De acordo com a
coordenadora do programa, professora Maria das Graças Soares Rodrigues,
os estados da região Nordeste concentram 20 dos 39 polos. Os demais
estão no Sudeste, com oito polos; Sul (quatro), Centro-Oeste (quatro) e
Norte (três).
Na avaliação de Maria das Graças, os cursos estão democratizados nas
regiões Sul e Sudeste. No Nordeste, porém, a pós-graduação ainda não é
uma realidade. Para a professora, a situação começa mudar com a criação
de cursos de mestrado profissional, como é o caso do Profletras. A Capes
já assegurou bolsas de estudos para os cursistas.
Em 2014, no primeiro semestre, serão lançados editais para seleção de
professores para a segunda edição, com início das aulas em agosto. No
semestre seguinte, para as aulas a serem iniciadas em fevereiro de 2015.
O programa pretende que os cursos passem a ter início sempre no
primeiro semestre letivo, o que facilitaria as redes de ensino a
programar a liberação dos professores para os períodos presenciais.
Para incentivar os professores de letras a fazer o mestrado e ter bom
aproveitamento, a Capes, segundo Maria das Graças, vai premiar os 26
cursistas que obtiverem melhor classificação no fim do curso. O prêmio é
uma viagem de 30 dias a Coimbra, Portugal.
O curso de física integra a série de mestrados profissionais criados
pelo Ministério da Educação para qualificar os professores das redes
públicas de ensino. O primeiro foi de matemática, o Profmat, em 2011.
Para 2014, na quarta edição, o
Profmat selecionou 1,5 mil professores, que começarão as aulas em 22 de fevereiro. Este ano, foi lançado o
Profletras. O terceiro mestrado profissional criado pelo MEC é o
Mnpef.
Ionice Lorenzoni